segunda-feira, 3 de outubro de 2011
Telejornalismo: entre a audiência e a cidadania
“Historicamente, o direito à comunicação corresponde ao passaporte da cidadania, ao instrumento que viabiliza a integração de cada indivíduo à sua comunidade” (MARQUES DE MELO, 1984, p.98). No Brasil, fatores históricos e estruturais possibilitaram que grandes grupos de emissoras de televisão comercias, cuja propriedade está centralizada em algumas famílias, alcançassem o status de principal – e, em alguns casos, única - via de acesso á informação para grande parte da população. Essa informação chega principalmente pelos telejornais, gênero mais importante em matéria de noticiário.
A mídia funciona na contemporaneidade como instrumento regulador da experiência pública ou privada: a gestão da experiência cotidiana contemporânea está intrinsecamente ligada às representações da mídia, especialmente da televisão. Os telejornais constituem-se, portanto, como uma nova praça pública, um espaço público “mediador de significados sociais e culturais em circulação.” (MOTA In VIZEU, 2005, p. 131).
Consequentemente, os telejornais são espaços privilegiados nos quais a sociedade brasileira se informa e, de maneira transversal, vê e compreende a sua dinâmica social e política. Para boa parte da população brasileira o que é importante para o país (e também para o mundo) está no telejornal, e o que nele não está representado, seja o assunto esporte, a política, as ações policiais ou questões ligadas a cidadania, não é significativo, não tem importância.
De fato, o modelo de televisão que se implantou no Brasil exerce uma marcante influência no imaginário social, eventualmente sobrepondo-se a um plano real marcado por rupturas e desigualdades sociais (BUCCI, 1996, p.13). Assim como outros meios de comunicação, a televisão ocupa um espaço de mediação entre a realidade e as pessoas.
O telejornalismo especificamente, que se apresenta como “uma exposição da realidade”, faz certamente parte da pauta para debates interpessoais e sociais. Sobretudo, o telejornalismo fornece os elementos básicos por meio dos quais o indivíduo elabora a sua realidade, uma vez que “o sistema de informações impõe-se contemporaneamente como o lugar central de produção do real do Ocidente moderno. A Informação é um modo de organizar o espaço contemporâneo” (SODRÉ, 1992, p.22).
No entanto, o telejornalismo não é um produto neutro. Embora a noção de “espelho da realidade” esteja imbricada da concepção do jornalismo, aspectos relativos a propriedade comercial das mídias e das rotinas de produção do material jornalísticos demonstram com clareza, que embora o telejornal tenha como base a realidade, ou a veiculação de fatos reais, a transformação desses fatos em matérias jornalísticas gera distorções. Os limites da representação do real impostos ao telejornal começam pelo fato dele ser um produto vendido a dois públicos diferentes: um público genérico, que assiste o telejornal em suas casas ou locais diversos – o telespectador, e outro público diferenciado, que atua como financiador das produções televisivas - o anunciante (MARCONDES FILHO 2000, p.116). Atingir ao telespectador, “vender” para este público o produto telejornal, é em princípio a estratégia principal dos diretores e editores de televisão. É esse público conquistado, a audiência, que garante a adesão do segundo público, o anunciante. De fato, todo o investimento do anunciante é feito em função do público potencial do telejornal: mais do que o intervalo comercial medido em minutos e segundos, o anunciante “compra” a possibilidade de atenção do público. No entanto, ao investir na “atenção” do telespectador o anunciante é também um comprador exigente, que imediatamente se afasta de programas que julgue comprometer sua credibilidade ou faça ataques diretos ou indiretos que de qualquer forma afetem a sua imagem.
Para conquistar o telespectador, a televisão estrutura-se com base na carga emocional, dando destaque a fatos que digam respeito a rupturas ou transgressões sociais. A partir dessa escolha são elaboradas as “pautas” jornalísticas, ponto de partida para a elaboração das matérias jornalísticas. Para cada fase desse processo, ou seja, entre a elaboração da pauta e a matéria jornalística efetivamente veiculada, são produzidas “representações” significativas dos acontecimentos. Cada uma dessas fases, igualmente, é re-elaborada a partir de regras do mundo simbólico da televisão e do jornalismo, nas quais a violência, o crime, a corrupção, ganham destaque, não pela importância em si, mas pela carga emocional potencial que carregam.
É necessário acrescentar, no entanto, que o receptor comum que assiste a produção telejornalística diária, não percebe essa contradição. De fato, boa parte da vida dos indivíduos é determinada pelo que ele vê na televisão, na medida em que ela oferece as informações que ajudam a construir a imagem do mundo em que vive. Este indivíduo, de forma consciente ou não, absorve através do telejornalismo as informações que “delimitam” o seu mundo, que dizem de que forma deve ocorrer sua interação com o Estado e com a sociedade, ou ainda, quais são as condições dadas para a sua sobrevivência física, social e cultural – para o exercício da sua cidadania.
Para Eugênio Bucci, o espaço público no Brasil começa e termina nos limites postos pela televisão. O que não é noticiado na televisão não faz parte do espaço público. Neste sentido a vida privada brasileira é mantida pelo que a TV oferece.
Ela não determina o que cada um vai fazer ou vai pensar, não há um cérebro maquiavélico por trás de cada emissora procurando doutrinar a massa acrítica (...); a massa de telespectadores não obedece irrefletidamente o que vê na tela; o que acontece é que a televisão se apresenta com mecanismos necessários para integrar expectativas diversas e dispersas, os desejos e as insatisfações difusas, conseguem incorporar novidades que se apresentem originalmente fora do espaço que ela ocupa e, em sua dinâmica, vai dando contornos do grande conjunto, com um tratamento universalizante das tensões. (BUCCI, 1996, p. 11).
Ainda que para alguns autores radicais afirmem que televisão é incapaz de colaborar na construção da cidadania, é impossível negar que ela dá “os limites desta cidadania”, na mesma medida em que é uma influência importante na construção da imagem que o indivíduo tem do Estado e da sociedade na qual está efetivamente, e dos seus direitos e deveres.
Canclini afirma que “os meios de comunicação substituíram partidos, sindicatos, intelectuais” (1996, p. 50) e ainda que este trabalho não ofereça bases para citar todos os meios, é certo que de muitas maneiras a televisão brasileira serve aos poderosos e os propagandeia, além de, em muitos casos, estar a serviço daqueles que representam esse poder. Embora esse texto não tenha a pretensão avançar em estudos que comprovem ou não essa afirmação, é evidente que a televisão enquanto veículo tem uma poderosa influência na vida social e política dos seus receptores. Sobre esse ponto é igualmente importante destacar que no Brasil as relações da televisão e do telejornalismo com o poder econômico e com o Estado é particularmente evidente
Ao longo desses quase cinqüenta anos de história da TV no Brasil, o Estado, por intermédio de diversos governos, influiu diretamente de diferentes maneiras nessa indústria. Deteve o poder de conceder e cancelar concessões de TV, mas nunca deixou de estimular as emissoras comerciais. Na década de 50 e 60, o poder público contribuiu para o crescimento da televisão mediante empréstimos concedidos por bancos públicos a emissoras privadas. Durante o regime militar os investimentos aumentaram na forma de instalação de infra-estrutura e divulgação de anúncios publicitários. (HAMBURGER, 1998, p.454)
Embora nem sempre o governo e suas ações cheguem às telas de forma convencional, a política e principalmente, os políticos (TEMER, 2002), são figuras constantes nos telejornais. A televisão transforma a política em espetáculo, dando espaço para os constantes escândalos sobre corrupção no governo, dando ênfase ao mau uso do dinheiro público, e outros aspectos que se sobrepõem e se confundem com o jornalismo policial ou assuntos ligados á polícia e a investigação policial.
segunda-feira, 13 de junho de 2011
Alunos do mestrado em Comunicação da UFG têm participação expressiva na Intercom Centro Oeste
Um grupo de 15 mestrandos de Comunicação das linhas de pesquisa Mídia e Cultura e Mída e Cidadania da Faculdade de Comunicação e Biblioteconomia (Facomb), da Universidade Federal de Goiás (UFG) foram destaque no Congresso Regional de Ciências da Comunicação, a Intercom Centro- Oeste, que em 2011 foi na Cidade de Cuiabá, Mato Grosso.
O congresso intitulado “Quem tem medo da pesquisa Empírica” movimentou a Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) entre os dias 08 e 10 de junho. Todos os mestrandos apresentaram artigos científicos no evento, dando destaque à pesquisa empírica.
Como no caso dos mestrandos José Eduardo Umbelino, Francislanda Rodrigues da Penha e Núbia da Cunha Simão que expuseram o trabalho “O fazer comunicativo no processo de mediação pedagógica da EaD”, que relata experiência empírica no curso de formação para tutores e orientadores acadêmicos para o curso de especialização Mídias na Educação da UFG.
Além das apresentações de trabalho, a mestranda Núbia da Cunha Simão ministrou a Oficina de Texto para o Jornalismo Econômico, na qual participaram tanto estudantes de graduação das várias cidades do Mato Grosso, quanto mestrandos.
De volta à UFG os mestrandos voltam a atenção para o Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação que este ano ocorre entre os dias 02 e 06 de setembro em Recife.
quarta-feira, 8 de junho de 2011
quarta-feira, 1 de junho de 2011
Confira programação da Intercom-Cuiabá-08 a 10 de junho de 2011
Dia 8 de junho/ Quarta feira - Período matutino (Pré-evento)
8 – 12 horas
14 – 17 horas
- Credenciamento dos congressistas
Local: Saguão do Instituto de Linguagens
12 -14 horas
- Intervalo para almoço
- Programação Cultural
- Abertura do 38º Salão Internacional de Humor de Piracicaba
Local: Corredor principal do Instituto de Linguagens
Dia 8 de junho/ Quarta feira - Período vespertino (Pré-evento)
4 -18 horas
- Oficinas e Mini Cursos
1 - Laboratório Itaú Cultural
Tema: Olhar e escuta na busca do personagem singular
Ministrante: Eliane Brum (Revista Época/ Site Vida Breve)
Número de vagas: 50
Local: Sala ser definida:
Ementa: O que é personagem para o jornalismo e como contar histórias reais sem cair nos clichês e nas simplificações.
2 - Mini Curso: Assessoria de Comunicação para profissionais liberais
Ministrante: Profa. Dra. Simone Tuzzo (FACOMB/ UFG)
Carga horária: 4 horas
Número de vagas: 20
Local: Sala ser definida
Ementa: Trabalhar os aspectos de formação e desenvolvimento das Assessorias de Comunicação para Profissionais Liberais. Definição de Públicos e construção da Opinião Pública como ação das Assessorias de Comunicação e o trabalho de criação de imagem. O conceito de Commoditie e marca empregado para profissionais liberais.
3 - Oficina: Conhecimento distribuído e sua (re) significação: blogs colaborativos para a educação em rede
Ministrante: Profa. Ana Regina Bresolin (MeEL-UFMT/ IFMT)
Carga horária: 4 horas
Número de vagas: 15
Local: Sala a ser definida
Ementa: Criação blogs para os participantes da oficina; discussão o uso de blogs enquanto estratégia ou enquanto recurso pedagógico; criação um grupo entre os participantes na busca “aprendizado/discussão” de um assunto a partir de uma postura colaborativa e observação exemplos de blogs de cunho colaborativo.
Exigência: O aluno deve portar notebook conectado a internet.
4 - Oficina: Iluminação básica para vídeo
Ministrante: Prof. Ms. Gilson Costta (UniRondon)
Carga horária: 4 horas
Número de vagas: 30
Local: Estúdio de TV
Ementa: Noções básicas de iluminação para vídeo. A luz e seus efeitos na iluminação.
Exigência: O aluno deve portar uma câmera fotográfica digital ou de vídeo
5 - Mini Curso: Texto Jornalístico
Ministrante: Profa. Ms. Sônia Maria Duarte Zaramella (UniRondon)
Carga horária: 4 horas
Número de vagas: 20
Local: Sala a ser definida
Ementa: A linguagem jornalística e as especificidades das mídias. A produção de textos adaptados para cada mídia.
Exigência: O aluno deve portar jornais locais do dia da oficina
6 - Oficina: Dê asas à sua imaginação pelas ondas do rádio
Ministrante: Aline Wendpap Nunes Siqueira (UniRondon)
Carga Horária: 4 horas
Número de vagas: 20
Local: Estúdio de Rádio/ Laboratório B
Ementa: Respiração, voz, dicção, características do rádio, criação em rádio, gêneros radiofônicos.
Necessidade:
7 - Oficina: Produção de Texto para o Jornalismo Econômico
Ministrante: - Prof. Mst. Núbia da Cunha Simão (Faculdade Araguaia/FACOMB/UFG)
Carga Horária: 4 horas
Número de vagas: 25
Local: Sala a ser definida
Ementa: O jornalismo econômico e suas especificidades. Conceitos básicos para se escrever sobre economia. A linguagem dos economistas e a tradução para o jornalismo. Aspectos da abordagem da economia pelo jornalismo brasileiro atual.
Exigência: O aluno deve portar jornais locais com caderno de Economia
8 - Oficina: Fotografia digital básica
Ministrante: Profa. Dra. Maria Auxiliadora de Freitas (UFMT/ ICEC)
Carga Horária: 4 horas
Número de vagas: 20
Local: Sala a ser definida
Ementa: Através de exercícios teóricos e práticos, serão apresentados e discutidos os fundamentos da linguagem fotográfica, os equipamentos analógico e digitais e os princípios básicos de luz.
Exigência: O aluno deve portar máquina fotográfica digital
9 - Oficina: Cinema de animação Stop Motion
Ministrante: Dustan Oeven Gontijo Neiva (FACOMB/ UFG)
Carga Horária: 4 horas
Número de vagas: 20
Local: Sala a ser definida
Ementa: Conceitos básicos da animação quadro a quadro (stop motion), utilizando plastilina (massinha de modelar).
Exigência: Uma caixa massinha escolar com 12 cores (preferencialmente acrilex ou faber castel)
10 - Mini Curso: Etiqueta comportamental e profissional
Ministrantre: Profa. Ms. Milene Maria Motta (ICEC/ FAUC)
Carga Horária: 4 horas
Número de vagas: 30
Local: Sala a ser definida
Ementa: Proporcionar entendimento e compreensão dos ritos que contribuem para uma convivência qualitativa no meio de atuação profissional, contribuindo para melhorar sua performance no mercado de trabalho.
11 - Mini Curso: Gêneros Midiáticos e Análise de Conteúdo
Ministrante: Profa. Dra. Ana Carolina Pessoa Temer (FACOMB/ UFG)
Carga horária: 4 horas
Número de vagas: 20
Local: Sala a ser definida
Ementa: Conceitos de gêneros, classificando-os a partir da intencionalidade dos discursos. Análise de Conteúdo como método e técnica de pesquisa.
Exigência:
12 - Oficina: Cobertura Política no Telejornalismo
Ministrante: Profa. Ms. Profª Letícia Renault (UnB)
Carga horária: 4 horas
Número de vagas: 30
Local: Sala a ser definida
Ementa: A oficina busca introduzir o estudante de Jornalismo na cobertura dos fatos políticos. Apresenta a configuração dos espaços de poder: casas Legislativas e o poder executivo. Discute os conceitos essenciais manejados pelo repórter no dia a dia da cobertura e explica a construção da reportagem política para telejornal.
13 – Mini Curso: Pink Marketing, o potencial da comunicação dirigida e forte apelo do discurso de identidade na publicidade – práticas de consumo LGBT
Ministrante: Daniel Guazina (UNIC – ECCO/ UFMT)
Carga Horária: 4 horas
Número de vagas: 30
Local: Sala a ser definida
Ementa: As especificidades da comunidade LGBT como público alvo da comunicação publicitária, e as múltiplas linguagens utilizadas para atingir esse target.
14 – Mini Curso: Introdução à estética do mangá e anime
Ministrantes: Quise Gonçalves Brito, Taís Marie Ueta e Tatiane Hirata (ECCO/ UFMT)
Carga Horária: 4 horas
Número de vagas: 30
Local: Sala a ser definida
Ementa: Introdução sobre estética do mangá e anime: breve histórico, conceito e seu contexto na cultura pop japonesa, e por sua vez, a inserção na mundialização da cultura. Diferenciação entre mangá e quadrinhos norte-americanos. O poder de expansão pela cena global: fluxos e intercâmbios midiáticos. Mobilizações econômicas decorrentes deste fenômeno.
Dia 8 de junho/ Quarta feira - Período noturno
19 horas
Solenidade de Abertura do Intercom Centro Oeste 2011
Local: Local a ser definido
20 horas
Programação artístico-cultural
Local:A ser definido
22 horas
Programação nas casas noturnas da cidade
Dia 9 de junho/ Quinta feira - Período matutino
8 horas
Conferência de abertura do Intercom Centro Oeste 2011
Tema: Quem tem medo da pesquisa empírica?
Conferencista: Profa. Dra. Vera Regina Veiga França (UFMG)
Local:A ser definido
9h30
Mesa 1 - Indústrias Culturais e Políticas de Comunicação
Local: Local a ser definido
Mediador: Prof. Dr. José Edgard Rebolças (INTERCOM/ UFES)
- Prof. Dr. Goiamérico Felício Carneiro dos Santos (FACOMB/UFG)
- Prof. Denise Dall (UFMT)
- Prof. Dra. Local:A ser definido
Mesa 2 - Pesquisa sobre ensino da língua estrangeira no contexto comunicação digital em MT
Local: Local a ser definido
Mediador: Dr. Dánie Marcelo de Jesus (UFMT/ MeEL/ Departamento de Letras)
- Prof. Ms. Sandra Sisuka Matsubara Pinotti (UFMT)
- Prof. Ms. Carmem Zirr Artuzo (UNEMAT/ Pontes e Lacerda)
- Prof. Ms. Ana Carolina Brandão (UNEMAT/ Alto Araguaia)
Local:A ser definido
Mesa 3 - A pesquisa em periódicos
Local: Local a ser definido
Mediador: Profa. Ms. Sônia Maria Duarte Zaramella (UniRondon)
- Profa. Dra. Yasmim Nadaf (ICE)
- Prof. Dra. Ana Maria Marques (ICHS/ UFMT)
Local:A ser definido
11 horas
Painel 1 – Comunicação, Cultura e Sociedade
Local: Local a ser definido
Painelistas:
- Expositor 1 – Profa. Dra. Vera Regina Veiga França (UFMG)
- Expositor 2 – Profa. Dra. Maria Beatriz Almeida Sather Bretas (UFMG)
- Comentarista – Prof. Dr. Benedito Diélcio Moreira (UFMT)
Local:A ser definido
Dia 9 de junho/ Quinta feira - Período vespertino
14 - 17 horas
Laboratório Itaú Cultural
Tema: Como fazer na Internet coberturas ao vivo de eventos culturais
Ministrante: Prof. Dr. Fabio Mailini (UFES/ Fórum de Mídia Livre/ Universidade Nômade/ Onda Cidadã)
Número de vagas: 20 (Mediante inscrição prévia)
Local: Sala a ser definida
Ementa: Mostrar algumas ferramentas de fácil acesso que possibilitam a transmissão ao vivo de conteúdos para a rede. Atividade prática composta de produção de textos, vídeos e fotos, enviando o material para a rede.
Necessidade: O aluno deve portar notbook com modem para conexão na Internet. 1 ou 2 câmeras digitais (handycam simples).
3 chips de internet sem fio ou 1 roteador wifi instalado no local da atividade que alcance o evento a ser coberto.
3 celulares com câmera 5.0. Sugere-se que as pessoas tenham celulares que acessam internet, mas é bom ter esses 3 de stand by, com o roteador ou com os chips.
14 - 17 horas
DTs – Divisões Temáticas
Local: Salas de aula a serem definidas
Expocom
Local: Salas de aula a serem definidas
Intercom Júnior
Local: Salas de aula a serem definidas
17 horas
Programação cultural
Dia 9 de junho/ Quinta feira - Período noturno
19 horas
Oficinas e Mini Cursos (UNIC, UNUVAG, UNIRONDON e ICEC)
22 horas
Programação nas casas noturnas da cidade
Dia 10 de junho/ Sexta feira - Período matutino
8 – 9h30
Expocom
Local: Salas de aula a serem definidas
9h30
Mesa 4 – Metodologia da Pesquisa Científica: Quem tem medo da pesquisa empírica?
Local: Local a ser definido
Mediador: Prof. Dr. Paulo Dias Rocha (UFMT)
- Prof. Dr. José Edgard Rebolças (INTERCOM/ UFES)
- Profa. Dra. Simone Tuzzo (FACOMB/ UFG)
Local:A ser definido
Mesa 5 - Mídia, Cidadania e Consumo
Local: Local a ser definido
Mediador: Profa. Dra. Ana Carolina Rocha Pessôa Temer (INTERCOM/ FACOMB-UFG)
- Prof. Dr. Magno Luiz Medeiros da Silva (FACOMB/UFG)
- Prof. Mst. Núbia da Cunha Simão (Faculdade Araguaia/FACOMB/UFG)
- Prof. Dr. Goiamérico Felício Carneiro dos Santos (FACOMB/UFG)
Local:A ser definido
11 horas
Painel 3 – O futuro do Radialismo na Era Digital
Local: Local a ser definido
Painelistas:
- Expositor 1: Profa. Dra. Andréa Ferraz Fernandez (UFMT)
- Expositor 2: Prof. Ms. Pedro Pinto de Oliveira (UFMT)
- Expositor 3: Prof. Dr. Marcelo Briseno Marques de Melo
- Expositor 4: Prof. Dr. Carlos Jorge Barros Monteiro (Universidade Cruzeiro do Sul)
- Comentarista: Profa. Dra. Lúcia Helena Vendrúsculo Possari (UFMT)
Local:A ser definido
12 - 14 horas
Intervalo para almoço, programação cultural e lançamentos de produtos científicos
Dia 10 de junho/ Sexta feira - Período vespertino
14 horas
DTs – Divisões Temáticas
Local: Salas de aula a serem definidas
Intercom Júnior
Local: Salas de aula a serem definidas
16 horas
- Painel 4 – Globo Universidade
Local: Local a ser definido
Painelistas:
- Ulisses Serotini (Diretor Geral de Jornalismo da TV Centro América)
Tema: TV digital e a mudança de comportamento do consumidor: Uma visão regional
- Vera Íris Paternostro (Gerente de Desenvolvimento de Jornalistas da Rede Globo)
Tema: Projeto Passaport Sportv
Local:A ser definido
17h30
- Cerimônia de entrega de premiação do Prêmio Expocom
Local:A ser definido
18h30
Sessão solene de encerramento da Intercom Centro Oeste 2010
Local:A ser definido
19 horas
- Programação cultural de encerramento do Intercom Centro Oeste 2011
Local:A ser definido
22 horas
- Evento de encerramento do intercom Centro Oeste 2011
Local:A ser definido
Dia 11 de junho/ Sábado - Período matutino (Pós-evento)
8 horas
Saída para os passeios turísticos (Pacotes de 1 ou 2 dias)
- Chapada dos Guimarães;
- Pantanal;
- Nobres.
Local:Estacionamento do Parque Aquático
Última atualização em Ter, 10 de Maio de 2011 13:46
quarta-feira, 18 de maio de 2011
Agência Araguaia On Line divulga participação do curso de Jornalismo na Intercom Regional
Jornalismo da Faculdade Araguaia representado na Intercom Regional
A coordenadora do curso de jornalismo da Faculdade Araguaia (FARA), professora mestranda Núbia da Cunha Simão, teve o trabalho aceito para o Congresso de Ciência da Comunicação – Intercom, edição regional. O evento, o maior da área na região centro-oeste, ocorrerá em Cuiabá – MT entre os dias 8 e 10 de junho de 2011, na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Para a professora “os congressos são uma oportunidade ímpar de devolver a sociedade os conhecimentos obtidos por meio da pesquisa acadêmica.”
O artigo a ser apresentado será “O fazer comunicativo no processo de mediação pedagógica da EaD”, escrito em parceria com os pesquisadores: professora doutora Ana Carolina Rocha Pessôa Temer e os mestrandos Fran Rodrigues (professora da FARA) e José Eduardo Mendonça Umbelino Filho. Ainda, a convite da organização da Intercom Regional a coordenadora de Jornalismo deverá ministrar a oficina: “Produção de Texto para o Jornalismo Econômico.”
Matéria retirada na íntegra do site: http://www.faculdadearaguaia.edu.br
No link: http://www.faculdadearaguaia.edu.br/araguaiaonline
segunda-feira, 9 de maio de 2011
A crescente importância da comunicação organizacional e o trabalho
A palavra comunicação vem do latim communicatio que em sentido amplo significa “estar encarregado de reunião”, que reforça a ideia de atividade. Embora o termo comunicação possa assumir diversos sentidos.
Como produto social iminente, a comunicação perpassa todas as esferas do cotidiano humano, inclusive a do trabalho empresarial, das ditas organizações ou empresas. Tais organizações empresariais têm de se comunicar entre si, dentro de si e com os seus consumidores.
Fenômeno cada vez mais observado, diante da necessidade permanente de prosseguir participando do mercado. Ou seja, um dos prérrequisitos do capitalismo contemporâneo é o domínio das ferramentas de comunicação. Daí observa-se o crescimento do número de assessorias de comunicação no Brasil nas últimas décadas.
Assim, com a queda do Fordismo e a ascensão do modo de acumulação flexível, que muitos economistas denominam acumulação integral, a comunicação tornou-se um dos mais importantes instrumentos para agregação de valor. É a comunicação a responsável pelo aumento do consumo de produtos. Segundo o geógrafo Milton Santos o simples fato de haver propaganda de um novo produto aumenta a propensão de consumir dos cidadãos, gerando um efeito-demonstração que reduz a poupança no longo prazo.
O aumento da importância das assessorias de comunicação se insere em uma política global, resultado da adoção do modelo neoliberal em que as empresas podem agir cada vez mais livres da intervenção dos estados-nação e da inserção do Brasil no processo globalizatório apresentando como aspectos centrais: mudança no modo de acumulação de fordista para a já mencionada acumulação flexível.
Sabe-se que a preocupação central do capitalismo é melhorar as performances do sistema produtivo. Desta maneira, os modos de acumulação têm se aprimorado cada vez mais. No modo de acumulação fordista, por exemplo havia mais operários, pois cada um era responsável apenas por uma etapa do processo produtivo. Na acumulação flexível o número de operários é menor, e observa-se que todos conhecem o processo de produção e trabalham de forma intensiva realizando todas as etapas produtivas.
Para aumentar os rendimentos deste trabalhador explorado de forma intensiva lança-se mão da comunicação organizacional que engloba cada vez mais o empregado como membro da organização, incorporando métodos para que o trabalhador produza e se sinta mais estimulado. São comuns nas empresas as creches, escolas e torneios de futebol para integrar o trabalhador, em uma ideia de família-empresa, facilitando assim a acumulação integral.
A comunicação serve nas empresas na atualidade como uma forma de integrar o trabalhador para fazê-lo render cada vez mais, garantindo assim a acumulação integral. As profundas mutações culturais, políticas, econômicas e sociais que caracterizaram o final do século XX e o início do século XXI converteram a comunicação midiática em elemento de legitimação capitalista.
Preocupante é o fato de tal comunicação ser a responsável pela reunião das pessoas, e assim deveria além de reunir as pessoas para gastarem mais de seu suor e do seu ouro, também poderia despertá-las para a luta pela consolidação dos direitos civis, políticos e sociais, na forma como o autor José Murilo de Carvalho entende a cidadania. Precisamos garantir que as pessoas produzam e consumam, sem dúvida, mas precisamos como comunicadores garantir que as pessoas tenham acesso a todo um instrumental para que construam suas próprias idéias, inclusive sobre produção e consumo.
sexta-feira, 6 de maio de 2011
Intercom Centro-Oeste divulga oficina de texto para o Jornalismo Econômico
Entre os dias 08 e 10, Cuiabá será palco do Congresso Regional de Ciências da Comunicação- Intercom Centro-Oeste. Neste evento estarei ministrando a Oficina de Produção de Texto para o Jornalismo Econômico.
Confira o que a Intercom Centro Oeste divulgou:
Quem disse que comunicação social não dialoga com a área das exatas? Prova disso é a confirmação de mais uma oficina do INTERCOM de "produção de texto para o jornalismo econômico" com a Professora Núbia da Cunha Simão. Ela tratará de conceitos básicos para escrever sobre economia transformando essa linguagem para o jornalismo, abordando também, os aspectos atuais da economia pelo jornalismo brasileiro atual.
Veja o perfil da oficineira:
-Mestranda em Comunicação Social, linha Mídia e Cidadania com ênfase na leitura das mídias, pela Faculdade de Comunicação e Biblioteconomia, Facomb, da Universidade Federal de Goiás- UFG
-Especialista em Gestão Pública pela Universidade Estadual de Goiás- UEG (2008)
-Bacharel em Comunicação Social, habilitação Jornalismo, pela Universidade Federal de Goiás - UFG (2007)
-Bacharel em Ciências Econômicas pela Universidade Estadual de Goiás- UEG (2006)
-Atualmente é coordenadora do curso de Jornalismo e professora da Faculdade Araguaia, onde atua como docente e pesquisadora na área de graduação
-Ministra aulas de metodologia de pesquisa, introdução à Economia, Teoria da Imagem, Teorias da Comunicação e orienta trabalhos de conclusão de curso
-Na área de comunicação tem experiência, com ênfase nos seguintes temas: cidadania, educação e consumo, leitura das mídias, estudos de recepção e na análise da mídia como interface dos processos socioculturais.
-Na área de Economia se dedica ao estudo da reestruturação da economia, com ênfase na flexibilidade das relações trabalhistas no final do século XX e economia popular
Clique aqui para conferir um artigo produzido pela professora para o Mestrado em Comunicação da UFG em 2009.
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Este texto foi retirado na íntegra do blog:http://www.intercomcentrooeste.blogspot.com/
terça-feira, 26 de abril de 2011
Considerações sobre o processo seletivo da Facomb
Algumas considerações sobre o caso Nádia Timm depois de ler:
http://www.jornalopcao.com.br/posts/reportagens/polemica-sobre-a-facomb-e-um-relato-de-caso
Pesquisa leva tempo e costuma ser algo muito caro. No Brasil, devido ás nossa história econômica e política é difícil contarmos com vastos recursos para a pesquisa. Que, infelizmente ainda estão sendo reduzidos pelo governo Dilma, devido à conjuntura e não a ela, nem ao partido.
Mas, gostei do texto do Flávio, pois mesmo médico e filósofo ele percebeu que pesquisa é algo raro no nosso país. E, eu como economista acrescento que os recursos escassos demandam escolhas muito delicadas. E, como o Flávio bem argumenta o orientador precisa saber se a pesquisa proposta terá início, meio e fim.
E, é por um simples motivo, não podemos deixar que a pesquisa pereça ainda mais. Tudo bem que os destinos do investimento no país sejam diferentes dos nossos pedidos educacionais, mas quando depende de um professor doutor a escolha, acho difícil ele errar.
Mas, para compreender algumas escolhas é preciso reconhecer que muitas vezes não estamos prontos para a pesquisa, que queremos apenas o título, percebe-se facilmente quando o dito pesquisador quer apenas um nome extra para colocar antes do seu, por vaidade ou por ganância.
Não que os pesquisadores de fato, não tenham nenhuma das duas coisas, muitos as têm e de sobra. Porém, antes é preciso ter o desejo da descoberta e isso, passa sim por longos caminhos que se estendem para além dos muros das universidades. Conduzir pesquisas independe de estar vinculado a programa de pós-graduação, e é facilmente visível pelo número de eventos científicos que o pesquisador participa. Infelizmente não conheço tão bem o currículo dos candidatos aprovados ou reprovados na seleção de mestrado da Facomb, ou de outras instituições. Mas, conheço o meu, e há mais de 30 congressos pelos quais já passei antes de iniciar o mestrado.
E, sim estudei durante mais de um ano para a seleção da Facomb, e um colega, que inclusive foi reprovado, passou em um final de semana na minha casa, e vendo meu desespero em meio aos livros, pesquisas e congressos me disse, "não se preocupe ano que vem tem mais". Porém eu lhe respondi, "não se trata de ser aprovada ou não, trata-se da minha pesquisa, que já tem algum tempo fora da Faculdade e eu quero melhorá-la, mas não tem problema, caso eu não passe no ano que vem vou continuar pesquisando".
Então, o processo da pesquisa, e me refiro aqui, especialmente ao Brasil, é extremamente complexo, por tratamos de recursos e de tempo unidades escassas. E, quer saber, esse é o objeto de estudo da Economia matérias primas limitadas em confronto com os desejos humanos ilimitados.
Acredito que precisamos sobre todas as coisas pesquisar mais.
http://www.jornalopcao.com.br/posts/reportagens/polemica-sobre-a-facomb-e-um-relato-de-caso
Pesquisa leva tempo e costuma ser algo muito caro. No Brasil, devido ás nossa história econômica e política é difícil contarmos com vastos recursos para a pesquisa. Que, infelizmente ainda estão sendo reduzidos pelo governo Dilma, devido à conjuntura e não a ela, nem ao partido.
Mas, gostei do texto do Flávio, pois mesmo médico e filósofo ele percebeu que pesquisa é algo raro no nosso país. E, eu como economista acrescento que os recursos escassos demandam escolhas muito delicadas. E, como o Flávio bem argumenta o orientador precisa saber se a pesquisa proposta terá início, meio e fim.
E, é por um simples motivo, não podemos deixar que a pesquisa pereça ainda mais. Tudo bem que os destinos do investimento no país sejam diferentes dos nossos pedidos educacionais, mas quando depende de um professor doutor a escolha, acho difícil ele errar.
Mas, para compreender algumas escolhas é preciso reconhecer que muitas vezes não estamos prontos para a pesquisa, que queremos apenas o título, percebe-se facilmente quando o dito pesquisador quer apenas um nome extra para colocar antes do seu, por vaidade ou por ganância.
Não que os pesquisadores de fato, não tenham nenhuma das duas coisas, muitos as têm e de sobra. Porém, antes é preciso ter o desejo da descoberta e isso, passa sim por longos caminhos que se estendem para além dos muros das universidades. Conduzir pesquisas independe de estar vinculado a programa de pós-graduação, e é facilmente visível pelo número de eventos científicos que o pesquisador participa. Infelizmente não conheço tão bem o currículo dos candidatos aprovados ou reprovados na seleção de mestrado da Facomb, ou de outras instituições. Mas, conheço o meu, e há mais de 30 congressos pelos quais já passei antes de iniciar o mestrado.
E, sim estudei durante mais de um ano para a seleção da Facomb, e um colega, que inclusive foi reprovado, passou em um final de semana na minha casa, e vendo meu desespero em meio aos livros, pesquisas e congressos me disse, "não se preocupe ano que vem tem mais". Porém eu lhe respondi, "não se trata de ser aprovada ou não, trata-se da minha pesquisa, que já tem algum tempo fora da Faculdade e eu quero melhorá-la, mas não tem problema, caso eu não passe no ano que vem vou continuar pesquisando".
Então, o processo da pesquisa, e me refiro aqui, especialmente ao Brasil, é extremamente complexo, por tratamos de recursos e de tempo unidades escassas. E, quer saber, esse é o objeto de estudo da Economia matérias primas limitadas em confronto com os desejos humanos ilimitados.
Acredito que precisamos sobre todas as coisas pesquisar mais.
terça-feira, 15 de março de 2011
A importância da interação para a mediação pedagógica em EaD
A mediação pedagógica pode ser definida grosso modo como o conjunto de abordagens utilizadas pelo professor para facultar a compreensão sobre determinado assunto. Assim, tal mediação “na abordagem do estar junto virtual, se concretiza pelas constantes recriações de estratégias durante a realização de um curso, a partir da interrelação dos materiais, atividades e interações”. (Prado, 2010, p. 02). Desta forma, suponhamos três estudos de casos para compreensão mais precisa da mediação pedagógica na Educação a Distância (EaD).
No caso um, o cursista Pedro, embora participasse de todas as atividades, relatou não compreender a metodologia avaliativa de sua tutora e foi informado sobre a fragilidade de suas participações, uma vez que constava o problema do plágio. Como bem enfatiza Prado, (2010, p.07) as atividades nos Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA) só têm sentido se concretizadas por meio das interações, com os materiais, alunos e professores. O que coaduna com o pensamento de Moran (1998, p 244) a “palavra chave é integrar (...) o mais avançado com as técnicas convencionais, integrar a comunicação pessoal, a interpessoal e a tecnológica, dentro de uma visão pedagógica nova, criativa e aberta”.
Ora, no caso um é visível a dificuldade de interrelação com os materiais indicados para estudo. Neste caso, o correto seria a tutora orientar de que a primeira interação deve se dar com os materiais, ou seja, o estudante deve dialogar com os autores propostos apresentando a percepção crítica dos mesmos ou a assimilação de conteúdos, que devem ser postados e referenciados bibliograficamente para que os demais cursistas possam participar desta interação.
Sobre o processo avaliativo cabe ao professor deixar claro seus métodos, e dar retorno para os cursistas sobre quais aspectos devem ser aprimorados. Demo define avaliação como “estratégia permanente de sustentação da aprendizagem formal e política do aluno, com base em diagnósticos constantes e capacidade de intervir de maneira educativa” (1998, in Oliveira 2006, p. 07). Busca-se uma avaliação sistêmica em que se avalie também a modalidade de ensino, levando-se em consideração os materiais, a tutoria e o processo de ensino e aprendizagem, o que pode servir de aporte para a formulação de futuras políticas públicas, e para a consolidação da educação na modalidade de ensino a distância.
No caso dois tem-se Helena, cursista de boa participação, que faltando duas semanas para o término do curso desaparece, não retorna os e-mail’s e depois reaparece com intuito de prosseguir os estudos informando que teve de se ausentar por problemas familiares. A cursista em questão demonstrou dificuldade de interação com o professor, pois bastaria um e-mail quando de sua saída para dar ciência ao tutor. Porém, para além da interação aluno professor, sobre a interação professor aluno indiscutível que ao “ter o aluno como foco (conhecendo suas necessidades), a qualidade dos cursos on line melhorará; os alunos ficarão mais satisfeitos com os resultados e mais inclinados a permanecerem nos cursos (Palloff & Pratt, 2005, p. 14). Neste sentido, sobre a importância da mediação pedagógica "o fato de o professor observar e entender como o aluno aprende - suas fragilidades conceituais, potencialidades e estratégias de resolução - lhe dá condições para ensinar por meio da criação de situações de aprendizagem que possam ser significativas para o aluno." (Prado, 2010, p. 3) Desta forma, o ideal seria informar a aluna da necessidade de interação com o professor, e que neste módulo, suas notas seriam avaliadas e ela poderia retornar aos estudos, mas sem promessa de progressão para os módulos seguintes.
Já no caso três, uma pesquisa revelou que os cursistas contavam detalhes da sua vida íntima, utilizavam gírias, linguagem informal e cometiam erros de português nos fóruns. Este caso revela um problema de interação aluno aluno, aluno materiais. Isso porquê, a interação aluno aluno deve se pautar nas obras discutidas buscando por meio das informações apreendidas a consolidação de conhecimentos, de maneira formal. E, isso não quer dizer que o aluno não deva trabalhar sua capacidade de aplicar sua aprendizagem de maneira contínua a suas experiências de vida, mas deve fazê-lo em relação ao material estudado. Para uma educação além do estar no mundo, para a construção permanente do estar com o mundo, no sentido de estar com o outro, compreendendo diferenças para sistematizar informações em conteúdos e assim produzir conhecimento (Freire, 1982).
A mediação pedagógica deve proporcionar aos estudantes situações que os desafiem e estimulem a conhecer mais profundamente um determinado tema, numa perspectiva do estar junto virtual, buscando por meio das interações consolidar conhecimentos, numa perspectiva educativa que se quer nova, criativa e aberta.
Referências Bibliográficas:
DEMO, Pedro. Questões para a teleducação. In Oliveira. Gleyva Maria Simões de. A avaliação no sistema de educação a distância. Cuiabá, NEAD/UFMT, 2006. Disponível em:
http://www.uab.ufmt.br/uab/images/artigos_site_uab/avaliacao_sistema_ead.pdf.
Acesso:20/12/2010.
FREIRE, Paulo. Educação como prática de liberdade. São Paulo: Paz e Terra, 1982
MORAN, Manuel José. Comunicação e Internet para uma nova educação. In: Comunicação & Informação, V. 1, n. 2 (jul./dez. 1998). Goiânia: UFG,Facomb, 1998.
PALLOFF, Rena M.; PRATT, Keith. Quem é o aluno virtual? In:____. O aluno virtual: um guia para trabalhar com estudantes on-line. Porto Alegre: Artmed, 2005.
PRADO, Maria Elizabette Brisola Brito. A mediação pedagógica: suas relações e interpendências. Brasília (DF), [SBIE] XVII: 2006 Nov. 08-10. Acesso em: 24 out. 2010.
OLIVEIRA. Gleyva Maria Simões de. A avaliação no sistema de educação a distância. Cuiabá, NEAD/UFMT, 2006.
Disponível em:
http://www.uab.ufmt.br/uab/images/artigos_site_uab/avaliação_sistema_ead.pdf. Acesso em: 20/12/2010
No caso um, o cursista Pedro, embora participasse de todas as atividades, relatou não compreender a metodologia avaliativa de sua tutora e foi informado sobre a fragilidade de suas participações, uma vez que constava o problema do plágio. Como bem enfatiza Prado, (2010, p.07) as atividades nos Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA) só têm sentido se concretizadas por meio das interações, com os materiais, alunos e professores. O que coaduna com o pensamento de Moran (1998, p 244) a “palavra chave é integrar (...) o mais avançado com as técnicas convencionais, integrar a comunicação pessoal, a interpessoal e a tecnológica, dentro de uma visão pedagógica nova, criativa e aberta”.
Ora, no caso um é visível a dificuldade de interrelação com os materiais indicados para estudo. Neste caso, o correto seria a tutora orientar de que a primeira interação deve se dar com os materiais, ou seja, o estudante deve dialogar com os autores propostos apresentando a percepção crítica dos mesmos ou a assimilação de conteúdos, que devem ser postados e referenciados bibliograficamente para que os demais cursistas possam participar desta interação.
Sobre o processo avaliativo cabe ao professor deixar claro seus métodos, e dar retorno para os cursistas sobre quais aspectos devem ser aprimorados. Demo define avaliação como “estratégia permanente de sustentação da aprendizagem formal e política do aluno, com base em diagnósticos constantes e capacidade de intervir de maneira educativa” (1998, in Oliveira 2006, p. 07). Busca-se uma avaliação sistêmica em que se avalie também a modalidade de ensino, levando-se em consideração os materiais, a tutoria e o processo de ensino e aprendizagem, o que pode servir de aporte para a formulação de futuras políticas públicas, e para a consolidação da educação na modalidade de ensino a distância.
No caso dois tem-se Helena, cursista de boa participação, que faltando duas semanas para o término do curso desaparece, não retorna os e-mail’s e depois reaparece com intuito de prosseguir os estudos informando que teve de se ausentar por problemas familiares. A cursista em questão demonstrou dificuldade de interação com o professor, pois bastaria um e-mail quando de sua saída para dar ciência ao tutor. Porém, para além da interação aluno professor, sobre a interação professor aluno indiscutível que ao “ter o aluno como foco (conhecendo suas necessidades), a qualidade dos cursos on line melhorará; os alunos ficarão mais satisfeitos com os resultados e mais inclinados a permanecerem nos cursos (Palloff & Pratt, 2005, p. 14). Neste sentido, sobre a importância da mediação pedagógica "o fato de o professor observar e entender como o aluno aprende - suas fragilidades conceituais, potencialidades e estratégias de resolução - lhe dá condições para ensinar por meio da criação de situações de aprendizagem que possam ser significativas para o aluno." (Prado, 2010, p. 3) Desta forma, o ideal seria informar a aluna da necessidade de interação com o professor, e que neste módulo, suas notas seriam avaliadas e ela poderia retornar aos estudos, mas sem promessa de progressão para os módulos seguintes.
Já no caso três, uma pesquisa revelou que os cursistas contavam detalhes da sua vida íntima, utilizavam gírias, linguagem informal e cometiam erros de português nos fóruns. Este caso revela um problema de interação aluno aluno, aluno materiais. Isso porquê, a interação aluno aluno deve se pautar nas obras discutidas buscando por meio das informações apreendidas a consolidação de conhecimentos, de maneira formal. E, isso não quer dizer que o aluno não deva trabalhar sua capacidade de aplicar sua aprendizagem de maneira contínua a suas experiências de vida, mas deve fazê-lo em relação ao material estudado. Para uma educação além do estar no mundo, para a construção permanente do estar com o mundo, no sentido de estar com o outro, compreendendo diferenças para sistematizar informações em conteúdos e assim produzir conhecimento (Freire, 1982).
A mediação pedagógica deve proporcionar aos estudantes situações que os desafiem e estimulem a conhecer mais profundamente um determinado tema, numa perspectiva do estar junto virtual, buscando por meio das interações consolidar conhecimentos, numa perspectiva educativa que se quer nova, criativa e aberta.
Referências Bibliográficas:
DEMO, Pedro. Questões para a teleducação. In Oliveira. Gleyva Maria Simões de. A avaliação no sistema de educação a distância. Cuiabá, NEAD/UFMT, 2006. Disponível em:
http://www.uab.ufmt.br/uab/images/artigos_site_uab/avaliacao_sistema_ead.pdf.
Acesso:20/12/2010.
FREIRE, Paulo. Educação como prática de liberdade. São Paulo: Paz e Terra, 1982
MORAN, Manuel José. Comunicação e Internet para uma nova educação. In: Comunicação & Informação, V. 1, n. 2 (jul./dez. 1998). Goiânia: UFG,Facomb, 1998.
PALLOFF, Rena M.; PRATT, Keith. Quem é o aluno virtual? In:____. O aluno virtual: um guia para trabalhar com estudantes on-line. Porto Alegre: Artmed, 2005.
PRADO, Maria Elizabette Brisola Brito. A mediação pedagógica: suas relações e interpendências. Brasília (DF), [SBIE] XVII: 2006 Nov. 08-10. Acesso em: 24 out. 2010.
OLIVEIRA. Gleyva Maria Simões de. A avaliação no sistema de educação a distância. Cuiabá, NEAD/UFMT, 2006.
Disponível em:
http://www.uab.ufmt.br/uab/images/artigos_site_uab/avaliação_sistema_ead.pdf. Acesso em: 20/12/2010
Paralelo EaD no mundo e no Brasil- Uma história em construção
A comunicação surge do desejo humano de repassar informações. Ou seja, comunicação é uma ação que não se realiza sobre a matéria, mas sobre o outro, trata-se das possibilidades de emancipação humana (Temer, 2005, p. 276).
Cronologicamente, as formas de comunicação, que possibilitaram ao homem registrar e transmitir o saber, são: a escrita, a tipografia (com o advento do livro), o rádio, a televisão e o computador (Pereira e Moraes, 2009, p. 68).
No intuito de trocar informações sobre os saberes formais surgiu a educação a distância (EaD) em locais em que o ensino presencial não era uma realidade, situação comum em grandes territórios. Segundo Pereira e Moraes, (2009, p. 72 e 73) a EaD pode ser dividida em cinco gerações. Seu início data do século XIX, por meio de instituições que ofereciam cursos por correspondência, principalmente na Europa. Porém, o primeiro marco sobre a EaD foi o anúncio publicado na Gazeta Boston, em 1728, por Cauleb Philips. Ele se propunha a ensinar por meio de cartas.
A segunda geração desenvolve-se na década de 1970, por meio do rádio, da televisão e de vídeos, com a criação da primeira universidade a distância, a Open University britânica. No final dos anos 1980 tem-se a terceira geração correspondente ao “Modelo de Aprendizagem por conferência”, porém as sessões sincrônicas implicaram em problemas de flexibilidade de tempo e espaço, justamente um dos diferenciais positivos do ensino a distância. A quarta geração, no final da década de 1990, está ligada ao uso do computador, por meio da criação dos primeiros ambientes virtuais de aprendizagem, um avanço em termos de “educação interativa, não linear e colaborativa”, conforme apontam Pereira e Moraes (2009, p. 73). A quinta geração, ainda emergente, sugere o uso de bancos de dados para sincronizar dúvidas dos alunos, com respostas já repassadas, tanto por colegas como pelos tutores, ainda em caráter experimental está sendo desenvolvida na University of Sourthern Queesland, na Austrália.
Embora, o Brasil seja um país grande, permeado por muitas desigualdades, que por si só, justificam a existência da EaD, este modelo de ensino ainda está em construção. O que envolve tanto fatores sociais, como legais.
A primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação brasileira (nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961) em seu artigo 104, mencionava a possibilidade de educação a distância com o uso do rádio, TV e/ou correspondência. Assim, em 1969 foi criada a TVE do Maranhão, com cursos de 5ª a 8ª série e, em 1970, o projeto Minerva usou o rádio para promover a formação básica, dois expoentes do início da EaD no Brasil.
Como o país viveu um período de ditadura militar entre meados de 1964 a 1984, a luta por democratizar o país gerou aversão aos projetos do período, o que explica socialmente o atraso do Brasil em relação a outros países, que consolidaram a EaD, inclusive em “megauniversidades” como a Anadolu University, na Turquia, com cerca de 567 mil alunos. (Pereira e Morais, 2009, p.78).
A EaD no Brasil foi retomada apenas a partir da segunda LDB ( nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996), a Lei Darcy Ribeiro, que define EaD e, em seu artigo 80 prevê o “desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino à distância, em todos os níveis e modalidade de ensino, e de educação continuada” (Carneiro, 1998, p. 195). Porém, esta LDB teve duas regulamentações, o decreto nº 2.494 de 10 de fevereiro de 1998, considerado não oportuno, foi substituído pelo decreto nº 5622, de 19 de dezembro de 2005. Tal decreto no entanto, traz algumas medidas que sinalizam um retrocesso, como o fato de que "os resultados dos exames (presenciais) deverão prevalecer sobre os demais resultados da avaliação 'no processo', indo na contramão da didática e da avaliação" (Gomes, 2009, p. 22), assim como estabelece um número fixo de vagas para o ensino à distância, característica numerus clausus e ainda coloca como objetivo a 'padronização de normas e procedimentos', podendo ser interpretada de forma errônea indo em contradição com a Constituição, que reza que a educação deve se adequar às diferenças do país. Como bem argumenta Gomes (2009, p. 28) "o grande problema inerente à legislação e normas é que não se coloca a tônica no substantivo educação e sim, na sua qualificação: presencial ou à distância".
Atualmente, observa-se os avanços da lei como, por exemplo, o decreto nº 5.800, de 8 de junho de 2006, que cria o Sistema Universidade Aberta do Brasil- UAB, com o objetivo de criar um amplo sistema nacional de educação superior à distância, priorizando a formação de professores e gestores da educação.
Percebe-se que, no Brasil há ainda um longo percurso para vencer as barreiras sociais e legais para a consolidação da EaD, porém a educação pressupõe comunicação para a emancipação humana e, portanto, luta permanente.
Referências Bibliográficas
CARNEIRO, Moacir Alves. LDB fácil: leitura crítico-compreensiva artigo a artigo. Petrópolis: Vozes, 11 ed. 1998, p. 195.
GOMES, Candido Alberto Costa. A legislação que trata a EAD.In: Educação a Distancia: o estado da arte. LITTO, Fredric M. e FORMIGA, Marcos (orgs.). São Paulo: Perason Education do Brasil, 2009. p.21-27.
PEREIRA, Eva Waisros e MORAES, Raquel de Almeida. História da educação a distância e os desafios na formação de professores no Brasil. In.Educação superior a distância: Comunidade de Trabalho e Aprendizagem em Rede (CTAR) / Amaralina Miranda de Souza, Leda Maria Rangearo Fiorentini e Maria Alexandra Militão Rodrigues, organizadoras. Brasília: Universidade de Brasília, Faculdade de Educação, 2009.
TEMER, Ana Carolina Rocha Pessoa. As bases sociológicas nos estudos das Teorias da Comunicação. p. 271-298. Revista Comunicação: Veredas. Revista do Programa de pós-graduação da Universidade de marília- Unimar. Marília: Unimar. V. 4 n. 4, 2005. INSN. 16787536.
Cronologicamente, as formas de comunicação, que possibilitaram ao homem registrar e transmitir o saber, são: a escrita, a tipografia (com o advento do livro), o rádio, a televisão e o computador (Pereira e Moraes, 2009, p. 68).
No intuito de trocar informações sobre os saberes formais surgiu a educação a distância (EaD) em locais em que o ensino presencial não era uma realidade, situação comum em grandes territórios. Segundo Pereira e Moraes, (2009, p. 72 e 73) a EaD pode ser dividida em cinco gerações. Seu início data do século XIX, por meio de instituições que ofereciam cursos por correspondência, principalmente na Europa. Porém, o primeiro marco sobre a EaD foi o anúncio publicado na Gazeta Boston, em 1728, por Cauleb Philips. Ele se propunha a ensinar por meio de cartas.
A segunda geração desenvolve-se na década de 1970, por meio do rádio, da televisão e de vídeos, com a criação da primeira universidade a distância, a Open University britânica. No final dos anos 1980 tem-se a terceira geração correspondente ao “Modelo de Aprendizagem por conferência”, porém as sessões sincrônicas implicaram em problemas de flexibilidade de tempo e espaço, justamente um dos diferenciais positivos do ensino a distância. A quarta geração, no final da década de 1990, está ligada ao uso do computador, por meio da criação dos primeiros ambientes virtuais de aprendizagem, um avanço em termos de “educação interativa, não linear e colaborativa”, conforme apontam Pereira e Moraes (2009, p. 73). A quinta geração, ainda emergente, sugere o uso de bancos de dados para sincronizar dúvidas dos alunos, com respostas já repassadas, tanto por colegas como pelos tutores, ainda em caráter experimental está sendo desenvolvida na University of Sourthern Queesland, na Austrália.
Embora, o Brasil seja um país grande, permeado por muitas desigualdades, que por si só, justificam a existência da EaD, este modelo de ensino ainda está em construção. O que envolve tanto fatores sociais, como legais.
A primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação brasileira (nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961) em seu artigo 104, mencionava a possibilidade de educação a distância com o uso do rádio, TV e/ou correspondência. Assim, em 1969 foi criada a TVE do Maranhão, com cursos de 5ª a 8ª série e, em 1970, o projeto Minerva usou o rádio para promover a formação básica, dois expoentes do início da EaD no Brasil.
Como o país viveu um período de ditadura militar entre meados de 1964 a 1984, a luta por democratizar o país gerou aversão aos projetos do período, o que explica socialmente o atraso do Brasil em relação a outros países, que consolidaram a EaD, inclusive em “megauniversidades” como a Anadolu University, na Turquia, com cerca de 567 mil alunos. (Pereira e Morais, 2009, p.78).
A EaD no Brasil foi retomada apenas a partir da segunda LDB ( nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996), a Lei Darcy Ribeiro, que define EaD e, em seu artigo 80 prevê o “desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino à distância, em todos os níveis e modalidade de ensino, e de educação continuada” (Carneiro, 1998, p. 195). Porém, esta LDB teve duas regulamentações, o decreto nº 2.494 de 10 de fevereiro de 1998, considerado não oportuno, foi substituído pelo decreto nº 5622, de 19 de dezembro de 2005. Tal decreto no entanto, traz algumas medidas que sinalizam um retrocesso, como o fato de que "os resultados dos exames (presenciais) deverão prevalecer sobre os demais resultados da avaliação 'no processo', indo na contramão da didática e da avaliação" (Gomes, 2009, p. 22), assim como estabelece um número fixo de vagas para o ensino à distância, característica numerus clausus e ainda coloca como objetivo a 'padronização de normas e procedimentos', podendo ser interpretada de forma errônea indo em contradição com a Constituição, que reza que a educação deve se adequar às diferenças do país. Como bem argumenta Gomes (2009, p. 28) "o grande problema inerente à legislação e normas é que não se coloca a tônica no substantivo educação e sim, na sua qualificação: presencial ou à distância".
Atualmente, observa-se os avanços da lei como, por exemplo, o decreto nº 5.800, de 8 de junho de 2006, que cria o Sistema Universidade Aberta do Brasil- UAB, com o objetivo de criar um amplo sistema nacional de educação superior à distância, priorizando a formação de professores e gestores da educação.
Percebe-se que, no Brasil há ainda um longo percurso para vencer as barreiras sociais e legais para a consolidação da EaD, porém a educação pressupõe comunicação para a emancipação humana e, portanto, luta permanente.
Referências Bibliográficas
CARNEIRO, Moacir Alves. LDB fácil: leitura crítico-compreensiva artigo a artigo. Petrópolis: Vozes, 11 ed. 1998, p. 195.
GOMES, Candido Alberto Costa. A legislação que trata a EAD.In: Educação a Distancia: o estado da arte. LITTO, Fredric M. e FORMIGA, Marcos (orgs.). São Paulo: Perason Education do Brasil, 2009. p.21-27.
PEREIRA, Eva Waisros e MORAES, Raquel de Almeida. História da educação a distância e os desafios na formação de professores no Brasil. In.Educação superior a distância: Comunidade de Trabalho e Aprendizagem em Rede (CTAR) / Amaralina Miranda de Souza, Leda Maria Rangearo Fiorentini e Maria Alexandra Militão Rodrigues, organizadoras. Brasília: Universidade de Brasília, Faculdade de Educação, 2009.
TEMER, Ana Carolina Rocha Pessoa. As bases sociológicas nos estudos das Teorias da Comunicação. p. 271-298. Revista Comunicação: Veredas. Revista do Programa de pós-graduação da Universidade de marília- Unimar. Marília: Unimar. V. 4 n. 4, 2005. INSN. 16787536.
segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011
Legislação sobre educação e as tecnologias da informação e comunicação
Com relação à relevância da discussão proposta que envolve as diversas fases das tecnologias da informação e comunicação com a legislação sobre educação no Brasil retomo as palavras de Druetta e Sierra (2005, p. 149-180, p. 176) : “ Um discurso pedagógico que analisa globalmente o impacto das novas tecnologias na educação não pode reduzir-se a explorar o potencial das mesmas em relação com os processos individuais de aprendizagem. Requer, também analisar as novas tecnologias em relação às interações sociais, políticas e culturais que as mesmas promovem no interior de nossa sociedade e, em conseqüência, identificar as responsabilidades e ações educativas implicadas, de modo a promover uma maior justiça social e progresso democrático”.
Desta forma, retomando a discussão da colega Matilde, pode-se observar que a primeira LDB (nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961) remonta ao autoritário Estado Novo, conforme recorda Gomes (2005). Sendo que o artigo 104, “permitiu a organização de cursos ou escolas experimentais, dependendo de autorização caso a caso do CEE, ao se tratar dos cursos primários e médios, e do CFE, quando cursos superiores”.
Juntamente à LDB de 1961, foi sancionada a lei nº 5.692, de 15 de agosto de 1971, “que dispôs que os conselhos de educação pudessem autorizar experiências pedagógicas em regimes diversos. A novidade é que a lei determinava que os cursos supletivos, fossem ministrados também por meio de rádio, televisão, correspondência e outros meios de comunicação para alcançar o maior número de alunos”. (Gomes, 2005).
Nesta época havia o predomínio da comunicação por meio de cartas, o uso do rádio a partir de meados da década de 1920, e, posteriormente da televisão, nos anos 1950. Desta forma, primeira transmissão de rádio no Brasil data de 7 de setembro de 1922.
Segundo Cesar (1999), nos anos 1970, o governo militar utilizou as emissoras de rádio para transmitir programas de ensino à distância, principalmente supletivos. Para registro, é importante recordar o Projeto Minerva que entrou no ar no dia 4 de outubro de 1970, por meio da rádio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, pioneira sem fins lucrativos. O projeto tinha por objetivo fortalecer a educação básica e operava em cinco horas semanais, com trinta minutos diários, de segunda a sexta-feira.
A segunda LDB de nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, batizada de Lei Darcy Ribeiro, sinaliza mudanças na percepção da educação à distância dando enfoque ao uso da televisão como instrumento disseminador de conteúdos. (Gomes, 2005). A nova LDB estabeleceu em seu artigo 80, que “o Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino à distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação continuada” (Carneiro, 1998, p. 195).
Neste sentido, foi criada a Secretária de Ensino à Distância (SEED), organismo especialmente direcionado para tratar as direções da EaD. Sobre a inclusão da educação via televisão, o Programa TV Escola, testado desde 1995, passa a ser gerenciado pela SEED, com o objetivo de garantir a universalização e a equidade da educação básica no Brasil (Schneider, 2008).
Ainda com relação à legislação referente à televisão destaca-se o tratamento diferenciado no tocante à concessão de canais com finalidade educativa exclusiva, que é o caso do Canal Futura, que desde 22 de setembro de 1997 está no ar, concebido como um canal educativo e privado, implementado pela Fundação Roberto Marinho.
Atualmente, as expectativas se voltam para as possibilidades de interatividade da TV Digital, contidas no artigo 6, do Decreto nº 5.820, de 29 de junho de 2006, que estabelece diretrizes para a transição do sistema de transmissão analógica para o digital. Além do referido artigo, o de nº 13 explícita que “a União poderá explorar o serviço de radiodifusão de som e imagem em tecnologia digital para a transmissão destinada ao desenvolvimento e aprimoramento, entre outros, do ensino à distância de alunos e capacitação de professores” (Schneider, 2008, p. 153).
Desde 1994 no Brasil ocorre a expansão e popularização do uso da internet como modalidade de comunicação, e de troca instantânea de informação, serviços e produtos. E, recentemente pensada como grande ferramenta para o ensino à distância.
Ainda sobre a LDB de 1996, esta foi regulamentada pelo decreto nº 2.494, de 10 de fevereiro de 1998, que definiu a EaD como “a forma de ensino que possibilita a autoaprendizagem com a mediação de recursos didáticos, sistematicamente organizados, apresentados em diferentes suportes de informação, utilizados isoladamente ou combinados e veiculados pelos diversos meios de comunicação” (Gomes, 2005).
Porém, a regulamentação de 1998 não tão oportuna, segundo Gomes, (2005) foi revogada dando lugar para o decreto nº 5622, de 19 de dezembro de 2005. Entre as novidades do decreto estão em seu artigo 1º, parágrafo 1º, a obrigatoriedade de encontros presenciais não só para provas, mas para defesa de trabalhos, estágio e atividades laboratoriais. Igualmente obriga a criação de pólos.
Duramente criticado o decreto estabelece em seu artigo 4º, parágrafo 2º que os resultados das avaliações presenciais devem impor-se aos resultados alcançados no processo de aprendizagem como um todo. Um retrocesso em termos de pensamento avaliativo.
Outro marco da legislação, já com a consolidação do uso da internet para a educação á distância foi o decreto nº 5.800, de 8 de junho de 2006, que dispõe sobre o Sistema Universidade Aberta do Brasil- UAB, destinada a fortalecer o ensino à distância nas modalidades de graduação e pós-graduação. Em consonância com o artigo 80 da LDB de 1996, a UAB visa “a articulação das instituições públicas de ensino superior com os pólos de apoio presencial, destinados a apoiar de modo descentralizado as atividades pedagógicas e administrativas relativas aos cursos e programas” (Gomes, 2005).
Outra novidade em termos de legislação foi a portaria MEC nº 4.059, de 10 de dezembro de 2004, que permitiu instituir a oferta de disciplinas na modalidade EaD para cursos de graduação, já reconhecidos pelos MEC.
Sobre a pós-graduação em nível lato sensu, que nos interessa conhecer mais de perto, importa que o credenciamento para ministrar tais cursos se faz com a autorização inicial de um curso de graduação, vide decreto nº 5.622 de 2005. Mas, por exemplo, caso seja intenção da UFG criar um mestrado em mídias da educação, o decreto deixa claro em seu artigo 10º que tal autorização deve ser feita diretamente à União.
Conforme assinala Schneider, (2008, p. 151-152) embora a legislação e a educação busquem acompanhar os movimentos históricos relacionados às tecnologias da informação e da comunicação, os avanços nestas áreas vão requerer quase sempre, outros formatos estruturais e a quebra de paradigmas didáticos pedagógicos. Isto porque, cada vez mais o uso de tais tecnologias apontam para a construção do conhecimento coletivo, que para além do emprego efetivo de possibilidades técnicas, dependem sobretudo, da adequada qualificação de quem os utilizam.
Desta forma, retomando a discussão da colega Matilde, pode-se observar que a primeira LDB (nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961) remonta ao autoritário Estado Novo, conforme recorda Gomes (2005). Sendo que o artigo 104, “permitiu a organização de cursos ou escolas experimentais, dependendo de autorização caso a caso do CEE, ao se tratar dos cursos primários e médios, e do CFE, quando cursos superiores”.
Juntamente à LDB de 1961, foi sancionada a lei nº 5.692, de 15 de agosto de 1971, “que dispôs que os conselhos de educação pudessem autorizar experiências pedagógicas em regimes diversos. A novidade é que a lei determinava que os cursos supletivos, fossem ministrados também por meio de rádio, televisão, correspondência e outros meios de comunicação para alcançar o maior número de alunos”. (Gomes, 2005).
Nesta época havia o predomínio da comunicação por meio de cartas, o uso do rádio a partir de meados da década de 1920, e, posteriormente da televisão, nos anos 1950. Desta forma, primeira transmissão de rádio no Brasil data de 7 de setembro de 1922.
Segundo Cesar (1999), nos anos 1970, o governo militar utilizou as emissoras de rádio para transmitir programas de ensino à distância, principalmente supletivos. Para registro, é importante recordar o Projeto Minerva que entrou no ar no dia 4 de outubro de 1970, por meio da rádio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, pioneira sem fins lucrativos. O projeto tinha por objetivo fortalecer a educação básica e operava em cinco horas semanais, com trinta minutos diários, de segunda a sexta-feira.
A segunda LDB de nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, batizada de Lei Darcy Ribeiro, sinaliza mudanças na percepção da educação à distância dando enfoque ao uso da televisão como instrumento disseminador de conteúdos. (Gomes, 2005). A nova LDB estabeleceu em seu artigo 80, que “o Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino à distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação continuada” (Carneiro, 1998, p. 195).
Neste sentido, foi criada a Secretária de Ensino à Distância (SEED), organismo especialmente direcionado para tratar as direções da EaD. Sobre a inclusão da educação via televisão, o Programa TV Escola, testado desde 1995, passa a ser gerenciado pela SEED, com o objetivo de garantir a universalização e a equidade da educação básica no Brasil (Schneider, 2008).
Ainda com relação à legislação referente à televisão destaca-se o tratamento diferenciado no tocante à concessão de canais com finalidade educativa exclusiva, que é o caso do Canal Futura, que desde 22 de setembro de 1997 está no ar, concebido como um canal educativo e privado, implementado pela Fundação Roberto Marinho.
Atualmente, as expectativas se voltam para as possibilidades de interatividade da TV Digital, contidas no artigo 6, do Decreto nº 5.820, de 29 de junho de 2006, que estabelece diretrizes para a transição do sistema de transmissão analógica para o digital. Além do referido artigo, o de nº 13 explícita que “a União poderá explorar o serviço de radiodifusão de som e imagem em tecnologia digital para a transmissão destinada ao desenvolvimento e aprimoramento, entre outros, do ensino à distância de alunos e capacitação de professores” (Schneider, 2008, p. 153).
Desde 1994 no Brasil ocorre a expansão e popularização do uso da internet como modalidade de comunicação, e de troca instantânea de informação, serviços e produtos. E, recentemente pensada como grande ferramenta para o ensino à distância.
Ainda sobre a LDB de 1996, esta foi regulamentada pelo decreto nº 2.494, de 10 de fevereiro de 1998, que definiu a EaD como “a forma de ensino que possibilita a autoaprendizagem com a mediação de recursos didáticos, sistematicamente organizados, apresentados em diferentes suportes de informação, utilizados isoladamente ou combinados e veiculados pelos diversos meios de comunicação” (Gomes, 2005).
Porém, a regulamentação de 1998 não tão oportuna, segundo Gomes, (2005) foi revogada dando lugar para o decreto nº 5622, de 19 de dezembro de 2005. Entre as novidades do decreto estão em seu artigo 1º, parágrafo 1º, a obrigatoriedade de encontros presenciais não só para provas, mas para defesa de trabalhos, estágio e atividades laboratoriais. Igualmente obriga a criação de pólos.
Duramente criticado o decreto estabelece em seu artigo 4º, parágrafo 2º que os resultados das avaliações presenciais devem impor-se aos resultados alcançados no processo de aprendizagem como um todo. Um retrocesso em termos de pensamento avaliativo.
Outro marco da legislação, já com a consolidação do uso da internet para a educação á distância foi o decreto nº 5.800, de 8 de junho de 2006, que dispõe sobre o Sistema Universidade Aberta do Brasil- UAB, destinada a fortalecer o ensino à distância nas modalidades de graduação e pós-graduação. Em consonância com o artigo 80 da LDB de 1996, a UAB visa “a articulação das instituições públicas de ensino superior com os pólos de apoio presencial, destinados a apoiar de modo descentralizado as atividades pedagógicas e administrativas relativas aos cursos e programas” (Gomes, 2005).
Outra novidade em termos de legislação foi a portaria MEC nº 4.059, de 10 de dezembro de 2004, que permitiu instituir a oferta de disciplinas na modalidade EaD para cursos de graduação, já reconhecidos pelos MEC.
Sobre a pós-graduação em nível lato sensu, que nos interessa conhecer mais de perto, importa que o credenciamento para ministrar tais cursos se faz com a autorização inicial de um curso de graduação, vide decreto nº 5.622 de 2005. Mas, por exemplo, caso seja intenção da UFG criar um mestrado em mídias da educação, o decreto deixa claro em seu artigo 10º que tal autorização deve ser feita diretamente à União.
Conforme assinala Schneider, (2008, p. 151-152) embora a legislação e a educação busquem acompanhar os movimentos históricos relacionados às tecnologias da informação e da comunicação, os avanços nestas áreas vão requerer quase sempre, outros formatos estruturais e a quebra de paradigmas didáticos pedagógicos. Isto porque, cada vez mais o uso de tais tecnologias apontam para a construção do conhecimento coletivo, que para além do emprego efetivo de possibilidades técnicas, dependem sobretudo, da adequada qualificação de quem os utilizam.
quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011
A globalização, o desmonte da educação e a EaD
A globalização, como bem argumenta Milton Santos, no DVD de mesmo nome, é um processo de trocas internacionais. Seu início remonta à colonização das terras americanas, e de lá para cá o fenômeno das permutas, quase sempre desiguais, tem se sofisticado, como se observa na atualidade com a fragmentação de partes da produção de produtos e serviços por todo o mundo.
O problema da globalização são as suas conseqüências, se por um lado as trocas de mercadorias, serviços e informações melhorou a vida de alguns homens, por outro lado, os ajustes nas economias dos países em desenvolvimento diminuíram durante anos as chances de acesso das populações pobres à educação e saúde, para citar apenas os maiores problemas estruturais.
Mas, para compreender as conseqüências da globalização é preciso entender o conceito de modo de produção, que nada mais é do que a forma sob a qual as matérias primas são transformadas em produtos finais, ganhando mais valor, ou valor adicionado. A grande mudança nos modos de produção ocorre após a crise de 1929, em que um excesso na produção de café provocou a queda geral dos preços e a conseqüente quebra da bolsa de Nova York, principal mercado para comercialização do produto.
Percebeu-se que era preciso otimizar os ganhos e dar um cunho científico à produção, surge assim o modo de produção Fordista. O padrão Fordista de acumulação se caracteriza pelo uso intensivo dos critérios científicos de organização do trabalho e das economias de escala (quanto mais se produz mais reduz-se o custo médio por unidade produzida) para uma produção em massa de produtos padronizados.
Muda também a forma de atuação das economias nacionais, a crença de que os mercados podem se regular sozinhos foi contestada com a grande crise. Surge então a proposta do economista John Maynard Keynes, que acredita na necessidade de intervenção do Estado na economia, tanto para gerar empregos, por meio do aumento das obras públicas, como para diminuir as desigualdades provocadas pelo capitalismo, que se denominou de Keynesianismo.
O papel do Estado Keynesiano foi o de mediador do conflito entre capital e trabalho. Desta forma, foi importante a parceria com os sindicatos. Se por um lado, o governo pedia negociações salariais mais flexíveis para os acordos coletivos, por outro oferecia o sistema de proteção previdenciária (Welfare State). Ou seja, direta (salários reais) e indiretamente (Welfare State) o Estado contribuiu de forma decisiva para permitir a perpetuação do modo de produção capitalista, neste período o padrão de acumulação foi o fordista.
No entanto, em 1970 com a crise do petróleo, ocasionada pelo aumento da demanda associado ao problema da inflação, coloca-se em cheque o modo de produção fordista e surge um novo modo de produção caracterizado pelo trabalho intenso e pelo desmonte da educação e da saúde, em que os mais afetados foram os países em desenvolvimento.
A crise do padrão de acumulação Fordista se configurou na queda da dinâmica dos ganhos salariais que foi “superada” com a flexibilização do modelo, os mercados autocentrados passaram a sofrer “constrangimentos do exterior”, ou seja concorrência internacional. Tem início assim, a globalização da produção, ou o movimento de desterritorialização da produção partes dos tênis da Nike estão distribuídos por todo o terceiro mundo. E, conforme o filme denuncia, uma camisa vendida a 14 dólares nos Estados Unidos custou cerca de 50 centavos, devido à exploração do trabalho nas regiões mais pobres, em que falta a educação e qualificação de pessoal.
Aliado a esse processo, tem-se a mudança no regime de acumulação de Fordista para acumulação flexível e o modelo de gestão estatal que de Keynesiano passa para neoliberal. O neoliberalismo visa contribuir com o aumento da exploração da força de trabalho, principalmente com a corrosão da legislação trabalhista, bem como diminuir os gastos estatais (prioritariamente com a política social), realizar a privatização e reforma fiscal, ou seja diminuir os gastos com educação e saúde, prioritariamente.
Enquanto, nas organizações fordistas há intensificação da divisão do trabalho, o trabalho é prescrito e observa-se sistema organizacional rígido e centralizado, nas organizações flexíveis têm-se uma intensificação do ritmo de trabalho e uma maior participação e responsabilização do empregado.
Uma das exigências do modelo neoliberal é o ajuste macroeconômico da economia, de acordo com os parâmetros estabelecidos pelo “Consenso de Washington” ou seja, era a visão neoliberal dos problemas latino-americanos. Esses ajustes visam tornar as economias de países de terceiro mundo, viáveis para investimentos externos.
No Brasil, a partir de 1994 impera a estabilidade macroeconômica, que foi alçada por meio de uma série de ajustes estruturais, que visavam entre outras coisas à diminuição dos gastos públicos com educação e saúde. A inflação é mantida desde então, a níveis considerados baixos, por meio de uma política monetária de aumento da taxa básica de juros (taxa selic) e de paridade dólar –real, valorização da moeda nacional.
Outra medida foi a redução das empresas estatais, por meio de privatizações que ocorrem no Brasil, a partir da década de 1990. Houve desta forma, no Brasil, uma abertura econômica, com alto volume de capital financeiro especulativo e parte das linhas produtivas de empresas transnacionais, acompanhada pela progressiva retirada do Estado (instituição), sobretudo no que diz respeito a políticas produtivas.
O que se observa, conforme retrata o filme, é que nas economias asiáticas e latino-americanas é que são crescentes as desigualdades de renda, entre os mais ricos e os mais pobres, ao contrário da proposta feita pelo “Consenso de Washington”, as estatísticas provam que as desigualdades têm se acentuado. A economia Argentina, por exemplo nunca se recuperou.
Chega-se à constatação de que a liberalização da economia não diminuiu as desigualdades como preconizou o “Consenso de Washington”. Desta forma, a mudança na forma de atuação do estado provocada pela adoção do modelo neoliberal, tem dificultado a promoção da distribuição de renda, a melhoria dos níveis da educação e piorado o acesso à saúde pública.
As desiguais chances de acesso aos direitos civis, políticos e sociais que caracterizam a cidadania, refletem a dificuldade de educação de qualidade, fato que pode ser revertido por meio do uso da tecnologia, com a Educação a Distância (EaD). Pois, muitas pessoas que foram expropriadas de condições adequadas de estudos, ou porque em suas cidades não havia uma escola, ou porque precisam trabalhar para se sustentar e não conseguem conciliar o horário dos estudos, tem hoje uma oportunidade real de se aprimorarem e discutirem questões fundamentais com aquelas propostas pelo DVD Milton Santos. Mais do que educação, a EaD pode, deve e irá trabalhar pela conscientização das pessoas.
Quando se trata de uma leitura crítica das mídias reflete-se que mesmo sem acesso à educação formal, a maior parte dos brasileiros têm acesso à televisão. Pesquisa recente feita pelo IBOPE revelou que 94% dos lares brasileiros têm televisão, isso significa que a TV está presente também nas casas daqueles que não tem nem mesmo fogão.
O fenômeno da globalização acirrou-se com o advento da internet que possibilitou trocas de informações, produtos e serviços em tempo real. Lutar por uma outra globalização, é sem dúvida utilizar as vantagens trazidas por essas trocas. Pode-se colaborar hoje para disseminar as informações, fomentar o conhecimento e incentivar a leitura crítica da mídia.
Sabe-se que com o advento da internet o receptor muda sua atuação para receptor-produtor e, neste contexto a leitura das mídias é de singular importância se pensarmos numa intervenção na atual didática escolar, principalmente para incluir possibilidade de conhecimento em rede, o que pressupõe crítica, recepção e produção.
Voltando às palavras de Sartre que abrem o DVD apesar do mundo hoje estar terrível, a esperança é o motor das grandes mudanças. E, é assim que devemos pensar a Educação à Distância, uma porta que se abre para um mundo, muitas vezes sem janelas.
O problema da globalização são as suas conseqüências, se por um lado as trocas de mercadorias, serviços e informações melhorou a vida de alguns homens, por outro lado, os ajustes nas economias dos países em desenvolvimento diminuíram durante anos as chances de acesso das populações pobres à educação e saúde, para citar apenas os maiores problemas estruturais.
Mas, para compreender as conseqüências da globalização é preciso entender o conceito de modo de produção, que nada mais é do que a forma sob a qual as matérias primas são transformadas em produtos finais, ganhando mais valor, ou valor adicionado. A grande mudança nos modos de produção ocorre após a crise de 1929, em que um excesso na produção de café provocou a queda geral dos preços e a conseqüente quebra da bolsa de Nova York, principal mercado para comercialização do produto.
Percebeu-se que era preciso otimizar os ganhos e dar um cunho científico à produção, surge assim o modo de produção Fordista. O padrão Fordista de acumulação se caracteriza pelo uso intensivo dos critérios científicos de organização do trabalho e das economias de escala (quanto mais se produz mais reduz-se o custo médio por unidade produzida) para uma produção em massa de produtos padronizados.
Muda também a forma de atuação das economias nacionais, a crença de que os mercados podem se regular sozinhos foi contestada com a grande crise. Surge então a proposta do economista John Maynard Keynes, que acredita na necessidade de intervenção do Estado na economia, tanto para gerar empregos, por meio do aumento das obras públicas, como para diminuir as desigualdades provocadas pelo capitalismo, que se denominou de Keynesianismo.
O papel do Estado Keynesiano foi o de mediador do conflito entre capital e trabalho. Desta forma, foi importante a parceria com os sindicatos. Se por um lado, o governo pedia negociações salariais mais flexíveis para os acordos coletivos, por outro oferecia o sistema de proteção previdenciária (Welfare State). Ou seja, direta (salários reais) e indiretamente (Welfare State) o Estado contribuiu de forma decisiva para permitir a perpetuação do modo de produção capitalista, neste período o padrão de acumulação foi o fordista.
No entanto, em 1970 com a crise do petróleo, ocasionada pelo aumento da demanda associado ao problema da inflação, coloca-se em cheque o modo de produção fordista e surge um novo modo de produção caracterizado pelo trabalho intenso e pelo desmonte da educação e da saúde, em que os mais afetados foram os países em desenvolvimento.
A crise do padrão de acumulação Fordista se configurou na queda da dinâmica dos ganhos salariais que foi “superada” com a flexibilização do modelo, os mercados autocentrados passaram a sofrer “constrangimentos do exterior”, ou seja concorrência internacional. Tem início assim, a globalização da produção, ou o movimento de desterritorialização da produção partes dos tênis da Nike estão distribuídos por todo o terceiro mundo. E, conforme o filme denuncia, uma camisa vendida a 14 dólares nos Estados Unidos custou cerca de 50 centavos, devido à exploração do trabalho nas regiões mais pobres, em que falta a educação e qualificação de pessoal.
Aliado a esse processo, tem-se a mudança no regime de acumulação de Fordista para acumulação flexível e o modelo de gestão estatal que de Keynesiano passa para neoliberal. O neoliberalismo visa contribuir com o aumento da exploração da força de trabalho, principalmente com a corrosão da legislação trabalhista, bem como diminuir os gastos estatais (prioritariamente com a política social), realizar a privatização e reforma fiscal, ou seja diminuir os gastos com educação e saúde, prioritariamente.
Enquanto, nas organizações fordistas há intensificação da divisão do trabalho, o trabalho é prescrito e observa-se sistema organizacional rígido e centralizado, nas organizações flexíveis têm-se uma intensificação do ritmo de trabalho e uma maior participação e responsabilização do empregado.
Uma das exigências do modelo neoliberal é o ajuste macroeconômico da economia, de acordo com os parâmetros estabelecidos pelo “Consenso de Washington” ou seja, era a visão neoliberal dos problemas latino-americanos. Esses ajustes visam tornar as economias de países de terceiro mundo, viáveis para investimentos externos.
No Brasil, a partir de 1994 impera a estabilidade macroeconômica, que foi alçada por meio de uma série de ajustes estruturais, que visavam entre outras coisas à diminuição dos gastos públicos com educação e saúde. A inflação é mantida desde então, a níveis considerados baixos, por meio de uma política monetária de aumento da taxa básica de juros (taxa selic) e de paridade dólar –real, valorização da moeda nacional.
Outra medida foi a redução das empresas estatais, por meio de privatizações que ocorrem no Brasil, a partir da década de 1990. Houve desta forma, no Brasil, uma abertura econômica, com alto volume de capital financeiro especulativo e parte das linhas produtivas de empresas transnacionais, acompanhada pela progressiva retirada do Estado (instituição), sobretudo no que diz respeito a políticas produtivas.
O que se observa, conforme retrata o filme, é que nas economias asiáticas e latino-americanas é que são crescentes as desigualdades de renda, entre os mais ricos e os mais pobres, ao contrário da proposta feita pelo “Consenso de Washington”, as estatísticas provam que as desigualdades têm se acentuado. A economia Argentina, por exemplo nunca se recuperou.
Chega-se à constatação de que a liberalização da economia não diminuiu as desigualdades como preconizou o “Consenso de Washington”. Desta forma, a mudança na forma de atuação do estado provocada pela adoção do modelo neoliberal, tem dificultado a promoção da distribuição de renda, a melhoria dos níveis da educação e piorado o acesso à saúde pública.
As desiguais chances de acesso aos direitos civis, políticos e sociais que caracterizam a cidadania, refletem a dificuldade de educação de qualidade, fato que pode ser revertido por meio do uso da tecnologia, com a Educação a Distância (EaD). Pois, muitas pessoas que foram expropriadas de condições adequadas de estudos, ou porque em suas cidades não havia uma escola, ou porque precisam trabalhar para se sustentar e não conseguem conciliar o horário dos estudos, tem hoje uma oportunidade real de se aprimorarem e discutirem questões fundamentais com aquelas propostas pelo DVD Milton Santos. Mais do que educação, a EaD pode, deve e irá trabalhar pela conscientização das pessoas.
Quando se trata de uma leitura crítica das mídias reflete-se que mesmo sem acesso à educação formal, a maior parte dos brasileiros têm acesso à televisão. Pesquisa recente feita pelo IBOPE revelou que 94% dos lares brasileiros têm televisão, isso significa que a TV está presente também nas casas daqueles que não tem nem mesmo fogão.
O fenômeno da globalização acirrou-se com o advento da internet que possibilitou trocas de informações, produtos e serviços em tempo real. Lutar por uma outra globalização, é sem dúvida utilizar as vantagens trazidas por essas trocas. Pode-se colaborar hoje para disseminar as informações, fomentar o conhecimento e incentivar a leitura crítica da mídia.
Sabe-se que com o advento da internet o receptor muda sua atuação para receptor-produtor e, neste contexto a leitura das mídias é de singular importância se pensarmos numa intervenção na atual didática escolar, principalmente para incluir possibilidade de conhecimento em rede, o que pressupõe crítica, recepção e produção.
Voltando às palavras de Sartre que abrem o DVD apesar do mundo hoje estar terrível, a esperança é o motor das grandes mudanças. E, é assim que devemos pensar a Educação à Distância, uma porta que se abre para um mundo, muitas vezes sem janelas.
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