O homem com o intuito de consolidar conhecimentos sempre buscou maneiras de transmitir informações, tais como: a escrita, a tipografia, o rádio, a televisão e o computador (Pereira e Moraes, 2009, p. 68). Inegável que o advento das tecnologias da informação e comunicação (TIC) modificaram as relações humanas e, daí surgiu uma nova forma de aprender– autodidaxia. “O contato com estas mídias favoreceu o desenvolvimento de uma maior autonomia facultando o surgimento de outras competências, tais como organizar e planejar o tempo, as tarefas, fazer testes, responder a formulários, etc” (Belloni (2011, p. 02).
E, quando falamos em Educação a Distância (EaD) trata-se, sobretudo, de uma modalidade educacional mediada por TIC. Como bem observa Bastos (2011, p. 299) “a EaD (...) carrega consigo de forma indissociável a mediação tecnológica de sua própria natureza. Por sua vez, esta potencializa a colaboração em rede, de objetos e ambientes”. Porém, o simples uso das tecnologias da informação e comunicação para o ensino, presencial ou não, não garante a construção coletiva de conhecimentos, “a tecnologia não se torna educacional devido a sua utilização, mas, sim, por sua intencionalidade ainda no âmbito de sua criação” (Bastos, 2011, p.294).
Desta forma é imprescindível que se proponham mudanças pedagógicas. Isso porquê, “a potencialidade da mediação tecnológica educacional se dará em quebrar os pares transmissão-recepção, sequencia-linearidade, entregue-recebido” mudando para “dialogicidade-problematização, hipermídia-navegação, movimento-associação” (Bastos, 2011, p. 295) Assim, deve-se discutir o uso das mídias na educação para assegurar que não se percam de vista as finalidades maiores da educação, ou seja, formar o cidadão competente para a vida em sociedade, ampliando suas formas de perceber, de sentir, de compreender, de comunicar-se (Belloni 2011, p. 01).
Desta forma, a integração das tecnologias na educação pressupõe novas abordagens que propiciem uma utilização criativa e inovadora. Pois, não basta a aceitação das tecnologias, é preciso criticar as mídias de modo a conhecê-las, por diferentes dimensões e abordagens. Trata-se de reconhecer que o conhecimento, também, está além dos muros da escola (Freire, 1982).
Referências Bibliográficas:
BASTOS, F. P. et al.Educação mediada por tecnologias educacionais livres: diálogo problematizador necessário à formação de professores no âmbito da universidade aberta do Brasil. Inter-Ação, Goiânia, v. 35, n. 2, p. 293-303, jul./dez. 2010. Disponível em:
BELLONI, Maria Luiza. Mídia-Educação: A Mediação Escolar Indispensável para a Cidadania. Disponível em:< http://www.comunic.ufsc.br>. Acesso em: 07 fev. 2011.
FREIRE, Paulo. Educação como prática de liberdade. São Paulo: Paz e Terra, 1982.
PEREIRA, Eva Waisros e MORAES, Raquel de Almeida. História da educação a distância e os desafios na formação de professores no Brasil. In.Educação superior a distância: Comunidade de Trabalho e Aprendizagem em Rede (CTAR) / Amaralina Miranda de Souza, Leda Maria Rangearo Fiorentini e Maria Alexandra Militão Rodrigues, organizadoras. Brasília: Universidade de Brasília, Faculdade de Educação, 2009.